Luto Pela Cultura

memoriatheatro
29 de jun. de 2015
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O fechamento do Theatro Adolpho Mello, gerou grande comoção na comunidade do Centro Histórico de São José e na classe artística da cidade. Muitos acreditam, que o fechamento, sem a previsão de uma reforma ou restauração, pode agravar a situação do patrimônio, ajudando para uma deterioração completa. Segundo a Defesa Civil, a interdição era inevitável, devido as más condições do monumento.

Desde a sua inauguração, em 1856, o patrimônio passou apenas por duas grandes reformas, uma em 1924, quando virou cinema e outra, em 1979, comandada pelo engenheiro Gilberto Gerlach. Após isso, foram feitas apenas pinceladas, como define a ex-diretora Érica Veiga. “O teatro nunca recebeu o cuidado que deveria, por ser uma casa antiga, ele precisa de manutenção, mas a prefeitura só dava umas pinceladas, muito mal feitas por sinal”, declara a professora.

A funcionária aposentada, Mariângela Leite, critica o fechamento pela Defesa Civil. “Tem administração que gosta do teatro, investe, tem outras que não estão nem aí, fecham e querem que apodreça”, para a atriz, a restauração só não saiu ainda do papel, por não ser interessante para os cofres do município e não dar retorno nas urnas. Em junho do ano passado, doze pessoas, moradores do Centro Histórico, atores e ex-alunos e funcionários do TAM, resolveram ir até o monumento para um protesto. Vestidos de preto, eles declararam luto, não só pelo fechamento do teatro centenário, mas pela cultura do município.

Moradores do Centro Histórico, atores, ex-alunos e funcionários, protestam pela interdição do Theatro Adolpho Mello./Foto: Rony Costa

Atualmente, São José possui dois teatros, o Adolpho Melllo, que segue interditado e o do Centro Multiuso, que segundo a classe artística da cidade, segue sem manutenção desde que foi inaugurado, em 2006. Para o ator Nériton Martins, essas situações refletem a pouca importância que os administradores dão a cultura, não só da cidade, mas do estado. “O fechamento de um teatro centenário, o mais antigo de Santa Catarina, é um descaso com a sociedade e com a classe artistica da cidade. Nós vamos lutar pelo Adolpho Mello, somos josefenses e temos compromisso com a nossa comunidade”, finaliza o ator.