Em Cartaz: Seu Jacó
- memoriatheatro
- 10 de jun. de 2015
- 2 min de leitura
Entre as décadas de vinte e setenta, o casarão que hoje abriga o Theatro Adolpho Mello, serviu como cinema para os moradores de São José. Para resgatar um pouco das histórias desse período, o blog conversou com João Jacó de Souza, operador cinematográfico da época.
Filho de Arnaldo de Souza, gerente do cinema naquele tempo, João Jacó veio de uma família com raízes culturais. Hoje, com 81 anos, o simpático senhor, nos conta que começou a trabalhar no cinema com 13 anos, em 1946, e que posteriormente o lugar recebeu o nome de Cine Rajá, devido à origem árabe de seus donos.

Morador do Centro Histórico, Seu Jacó se emociona ao lembrar dos momentos que passou ao lado do pai no comando do Cine Rajá./Foto: Amanda Rosa
Por ser uma das únicas formas de entretenimento naqueles anos, o cinema lotava e reunia as famílias da cidade. Os filmes mais apreciados, eram os franceses, italianos e americanos. Tendo ficado 5 anos operando os retroprojetores, ele viu coisas inusitadas acontecerem, como ter que parar a exibição de um filme, por a fonte de energia estar sobrecarregada. “A sessão começava às 20h e como a energia era muito fraca, o aparelho começava a fumegar , então tinhamos que parar e continuar só depois que passasse o horário de pico, que as casas desligassem seus eletrônicos.” conta.
Ao passar dos anos e com o advento da televisão, o cinema foi diminuindo de público, até acontecer o fechamento e voltar a ser teatro novamente.
Jacó teve a oportunidade de conhecer o universo cinematográfico mais a fundo em uma viagem aos Estados Unidos, onde acompanhou os bastidores de um filme, se frustou um pouco, por tantos truques e técnicas, mas considerou uma experiência muito positiva e se sentiu muito privilegiado, por ter estado na frente e por trás das telonas.

O simpático senhor nos mostra sua coleção, com mais de 500 de filmes./Foto: Amanda Rosa
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